Jünger é dessas figuras demoníacas que surgem ciclicamente na Alemanha de Lutero, Nietzsche, Freud e, por que não?, Hitler. Participou da Legião Estrangeira e das duas guerras mundiais; de seus diários surgiu "Tempestades de Aço", em que exalta a guerra como experiência estética - ou até sensual: "Com reverência incrédula, ouvimos o compasso lento do rolo compressor do front, melodias que haveria de se tornar costumeiras para nós naqueles longos anos. Bem ao longe, desintegrava-se a bola branca de uma metralha no céu cinzento de dezembro. O hábito da batalha soprava até onde estávamos e nos deixava estranhamente arrepiados".
Segundo João Barrento, na apresentação, Jünger, ao descrever a adesão de um soldado à Primeira Guerra com paixão devota, prova que "no meio do apocalipse alegre em que vivemos, a frieza do aço e a beleza transcendente gerada por tal olhar quase nos levam a crer é neles que se poderá afinal encontrar o humano que fomos perdendo".Autor: Ernst Jünger
Tradução: Marcelo Backes
Editora: Cosac Naify
Valor: R$ 59,00
346 páginas
Avaliação: Ótimo
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