Vulgar, sujo, venenoso, infame, indecente, de um decadentismo leproso, uma impostura. Essas foram algumas das críticas da imprensa britânica quando "O Retrato de Dorian Gray" foi lançado por Oscar Wilde, inicialmente numa revista, em 1890, e no ano seguinte em livro (muito modificado e autocensurado, em resposta ao escândalo).
Jovem e belo filho da aristocracia, Dorian é uma espécie de Fausto e marco inaugural de nossos tempos de hipernarcisismo. Apaixonado pela imagem de sua beleza, segundo o retrato feito dele pelo pintor Basil Hallward, e seduzido pelo discurso mefistofélico de Lord Henry, ele fez um pacto com as trevas. Vende a alma em troca de juventude e beleza perpétuas. Não será Dorian que se degradará fisicamente, como todos os mortais, e sim seu retrato, cada vez mais maculado pelas rugas do tempo e pela podridão moral do modelo vivo.
A presente edição resgata - com magníficas notas críticas - a versão original do texto, em que são explícitas e cruas as referências homossexuais.
Autor: Oscar Wilde (org. Nicholas Frankel)
Tradução: Jorio Dauster
Editora: Biblioteca Azul
Valor: R$ 64,90
352 páginas
Avaliação: Ótimo
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